terça-feira, 13 de outubro de 2015

Filosofia Clínica – Terapia ou Filosofia?

Rose Pedrosa
Filósofa clínica
rosepedrosafc@hotmail.com



Filosofia Clínica é a Filosofia acadêmica utilizada em hospitais, escolas, clínicas, instituições em geral. Basicamente, é uma especialização para quem tem uma graduação em qualquer área por uma faculdade reconhecida pelo MEC. O curso tem caráter profissional na formação de terapeutas para filósofos formados nas universidades.
Então, vejamos como se dá esta conversação entre o que é Filosofia e o que é Terapia. Inicialmente, a clínica filosófica, criada pelo filósofo, médico-psiquiatra, Lúcio Packter – procura direcionar os ensinamentos de Platão, Sócrates, Aristóteles, Kant ou Schopenhauer, às questões que a pessoa traz ao consultório. Essas questões vão de uma angústia até problemas como tentativas de suicídio em decorrência, por exemplo, de um câncer em fase avançada.
Porém, o que de fato faz a Filosofia Clínica diferente das outras abordagens terapêuticas, já que ela objetiva também ajudar as pessoas a resolver seus problemas, se dá pelos pressupostos, tais como a não existência de fenômenos referentes à patologia. Um filósofo clínico em seu ofício não categoriza a pessoa num rótulo, numa tipologia que possivelmente irá acompanhar vida afora a pessoa e que irá afetar seu modo de ser, de se relacionar com o mundo e perceber a si mesmo.

A Filosofia Clínica entende que cada pessoa é única. Não compete a ela julgar a pessoa, e sim compreender a pessoa no seu endereço existencial, sua historicidade. A terapia se desloca para o âmbito da existência, não mais da saúde.